Modo imperativo

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Imperativo

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Conservamos em nossa análise a classificação tradicional, que coloca o imperativo em um modo a parte, distinto do indicativo e subjuntivo. Uma análise de uso do imperativo, porém, nos mostra que ele se aproxima do modo subjuntivo. O imperativo é usado para manifestar ordem, apelo pela concretização da ação. Ora, ações não realizadas que o falante quer ver consumadas são expressas tipicamente pelo modo subjuntivo. Classificamos o imperativo em um modo próprio devido a algumas peculiaridades desse tempo como o fato de ser usado somente em frases não encaixadas.

O imperativo só tem flexões de segunda pessoa que são usadas apenas em frases afirmativas.  Para construir frases negativas ou em outras pessoas, mas com as características típicas do imperativo, usa-se as flexões do subjuntivo presente.

Incitar à ação

Para manifestar ordem, exortação, apelo à segunda pessoa do discurso pela realização da ação usamos o imperativo. Exemplos:

Cumpre as tarefas que te cabem.

Deixa passar um tempo para que a poeira assente.

Experimenta esta bebida.

O subjuntivo presente e o imperativo

O subjuntivo presente é usado em contextos similares aos do imperativo. Isso ocorre em frases negativas ou quando o verbo está flexionado em primeira ou terceira pessoa. Observe a série:

Luta pelos teus direitos.
Lutai pelos vossos direitos.

Lute pelos seus direitos.
Lutemos pelos nossos direitos.
Lutem pelos seus direitos.
Não esqueças do teu compromisso.
Não esqueça do seu compromisso.
Não esqueçamos dos nossos compromissos.
Não esqueçais dos vossos compromissos.
Não esqueçam dos seus compromissos.

As duas primeiras frases usam o imperativo, pois são afirmativas e o verbo está flexionado em segunda pessoa. Nas demais frases da série, empregou-se o subjuntivo presente, pois ou são negativas ou apresentam outra pessoa que não a segunda.

A interseção de usos entre o imperativo e o subjuntivo presente se explica historicamente. Os dois tempos verbais são originários do latim. Neste idioma, o imperativo só apresentava flexões afirmativas de segunda pessoa. Na formação do português, tornou-se comum o emprego da terceira pessoa em função de segunda. Com isso, o uso dos tempos verbais foi adaptado à necessidade de incitar à ação em terceira pessoa. Também foi criada uma solução para incitar à ação a primeira pessoa do plural. O resultado foi um sistema verbal em que o subjuntivo presente supre as lacunas do imperativo. Usa-se o subjuntivo presente sempre que a necessidade semântica não é atendida pelo imperativo.

Devido ao declínio do uso da segunda pessoa em português, as regras de uso do imperativo não são perfeitamente assimiladas por boa parte dos falantes. Percebe-se isso mesmo em contextos formais em que se observa mais estritamente a variante culta.  É difícil dizer em que medida as regras de uso do imperativo são seguidas na fala coloquial mas é provável que as permutas indevidas do imperativo pelo subjuntivo sejam comuns, reproduzindo o que acontece na expressão formal.

O imperativo e a categoria tempo

O imperativo é indeterminado em tempo. Como é usado para incitar à ação, supõe-se que a ação ainda não se realizou e, se vier a se realizar será posteriormente à emissão da frase. De certa forma, o imperativo porta um futuro implícito.

Tempos verbais do Subjuntivo:



01) Presente:

Indica desejo atual, dúvida que ocorre no momento da fala.

Ex. Espero que eu caminhe bastante no ano que vem.

      O meu desejo é que eu estude no Maxi ainda.

      Duvido de que eu confie nele novamente.

02) Pretérito Imperfeito:

Indica condição, hipótese; normalmente é usado com o Futuro do Pretérito do Indicativo.

Ex. Eu caminharia todos os dias, se não trabalhasse tanto.

      Estudaria no Maxi, se morasse em Londrina.

      Eu confiaria mais uma vez naquele amigo, se ele me prometesse não mais me trair.

03) Futuro:

Indica hipótese futura.

Ex. Quando eu começar a caminhar todos os dias, sentir-me-ei melhor.

      Quando eu estudar no Maxi, aprenderei mais coisas.

      Quando ele me prometer que não me trairá mais, voltarei a confiar nele.

 




O modo Imperativo expressa ordem, pedido ou conselho

Ex. Caminhe todos os dias, para a saúde melhorar.

      Estude no Maxi! Confie em mim!

COERÊNCIA E COESÃO
A fala e também o texto escrito constituem-se não apenas numa seqüência de palavras ou de frases. A sucessão de coisas ditas ou escritas forma uma cadeia que vai muito além da simples seqüencialidade: há um entrelaçamento significativo que aproxima as partes formadoras do texto falado ou escrito. Os mecanismos lingüísticos que estabelecem a conectividade e a retomada e garantem a coesão são os referentes textuais. Cada uma das coisas ditas estabelece relações de sentido e significado tanto com os elementos que a antecedem como com os que a sucedem, construindo uma cadeia textual significativa. Essa coesão, que dá unidade ao texto, vai sendo construída e se evidencia pelo emprego de diferentes procedimentos, tanto no campo do léxico, como no da gramática. (Não esqueçamos que, num texto, não existem ou não deveriam existir elementos dispensáveis. Os elementos constitutivos vão construindo o texto, e são as articulações entre vocábulos, entre as partes de uma oração, entre as orações e entre os parágrafos que determinam a referenciação, os contatos e conexões e estabelecem sentido ao todo.)
Atenção especial concentram os procedimentos que garantem ao texto coesão e coerência. São esses procedimentos que desenvolvem a dinâmica articuladora e garantem a progressão textual.

A coesão é a manifestação lingüística da coerência e se realiza nas relações entre elementos sucessivos (artigos, pronomes adjetivos, adjetivos em relação aos substantivos; formas verbais em relação aos sujeitos; tempos verbais nas relações espaço-temporais constitutivas do texto etc.), na organização de períodos, de parágrafos, das partes do todo, como formadoras de uma cadeia de sentido capaz de apresentar e desenvolver um tema ou as unidades de um texto. Construída com os mecanismos gramaticais e lexicais, confere unidade formal ao texto.
1. Considere-se, inicialmente, a coesão apoiada no léxico. Ela pode dar-se pela reiteração, pela substituição e pela associação.
É garantida com o emprego de:
··enlaces semânticos de frases por meio da repetição. A mensagem-tema do texto apoiada na conexão de elementos léxicos sucessivos pode dar-se por simples iteração (repetição). Cabe, nesse caso, fazer-se a diferenciação entre a simples redundância resultado da pobreza de vocabulário e o emprego de repetições como recurso estilístico, com intenção articulatória. Ex.: As contas do patrão eram diferentes, arranjadas a tinta e contra o vaqueiro, mas Fabiano sabia que elas estavam erradas e o patrão queria enganá-lo.Enganava. Vidas secas, p. 143);
·substituição léxica, que se dá tanto pelo emprego de sinônimos como de palavras quase sinônimas. Considerem-se aqui além das palavras sinônimas, aquelas resultantes de famílias ideológicas e do campo associativo, como, por exemplo, esvoaçar, revoar, voar;
·hipônimos (relações de um termo específico com um termo de sentido geral, ex.: gato, felino) e hiperônimos (relações de um termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais específico, ex.: felino, gato);
·nominalizações (quando um fato, uma ocorrência, aparece em forma de verbo e, mais adiante, reaparece como substantivo, ex.: consertar, o conserto; viajar, a viagem). É preciso distinguir-se entre nominalização estrita e. generalizações (ex.: o cão < o animal) e especificações (ex.: planta > árvore > palmeira);
·substitutos universais (ex.: João trabalha muito. Também o faço. O verbo fazer em substituição ao verbo trabalhar);
·enunciados que estabelecem a recapitulação da idéia global. Ex.: O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e também deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono (Vidas Secas, p.11). Esse enunciado é chamado de anáfora conceptual [2]. Todo um enunciado anterior e a idéia global que ele refere são retomados por outro enunciado que os resume e/ou interpreta. Com esse recurso, evitam-se as repetições e faz-se o discurso avançar, mantendo-se sua unidade.
2. A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de:
··certos pronomes (pessoais, adjetivos ou substantivos). Destacam-se aqui os pronomes pessoais de terceira pessoa, empregados como substitutos de elementos anteriormente presentes no texto, diferentemente dos pronomes de 1ª e 2ª pessoa que se referem à pessoa que fala e com quem esta fala.
·certos advérbios e expressões adverbiais;
·artigos;
·conjunções;
·numerais;
·elipses. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a relação entre as duas orações.). É a própria ausência do termo que marca a inter-relação. A identificação pode dar-se com o próprio enunciado, como no exemplo anterior, ou com elementos extraverbais, exteriores ao enunciado. Vejam-se os avisos em lugares públicos (ex.: Perigo!) e as frases exclamativas, que remetem a uma situação não-verbal. Nesse caso, a articulação se dá entre texto e contexto (extratextual);
·as concordâncias;
·a correlação entre os tempos verbais.
Os dêiticos exercem, por excelência, essa função de progressão textual, dada sua característica: são elementos que não significam, apenas indicam, remetem aos componentes da situação comunicativa. Já os componentes concentram em si a significação. Referem os participantes do ato de comunicação, o momento e o lugar da enunciação.
Elisa Guimarães ensina a respeito dos dêiticos:
Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os participantes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios de tempo, referenciam o momento da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo ano, depois de (futuro). [3]
Maria da Graça Costa Val lembra que esses recursos expressam relações não só entre os elementos no interior de uma frase, mas também entre frases e seqüências de frases dentro de um texto [4].
Não só a coesão explícita possibilita a compreensão de um texto. Muitas vezes a comunicação se faz por meio de uma coesão implícita, apoiada no conhecimento mútuo anterior que os participantes do processo comunicativo têm da língua.

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